Por Natália Noronha
Ontem, 30, no auditório do Labcom,
aconteceu a primeira oficina de fotojornalismo do Jornal Livre,
jornal-laboratório do curso de Comunicação Social da UFRN. Na ocasião, a plateia
pôde contar com a experiência de Ney Douglas, repórter fotográfico do NOVO
Jornal, que compartilhou sua rotina, as dificuldades encontradas no exercício
da profissão e algumas pautas marcantes.
Luan Xavier, repórter de Esportes do
NOVO Jornal, também compôs a mesa e contou sobre o nascimento do Jornal Livre e
sobre como será seu desenvolvimento até a próxima publicação.
Foto: Equipe Jornal Livre
Ney Douglas
Ney trouxe consigo uma mochila preta e
a apresentou com a importância de um acompanhante. De dentro, buscou o que, de
fato, lhe acompanha todo dia: as câmeras (uma feita especialmente para fotojornalismo
e outra menor, que cabe na mão), uma máscara cirúrgica e um óculos especial, prontamente
guardados para os dias de manifestação. Insistindo na timidez, o repórter
fotográfico sugeriu uma sessão de perguntas.
Sobre a importância de uma boa foto, o
fotojornalista afirmou que fotos podem destruir ou salvar vidas. “Já salvei
vidas com minhas fotos”, confessou. “Vidas de crianças, por exemplo. Mesmo que não
repentinamente, as fotos podem salvar”. Quando perguntado sobre a relação do
repórter com o fotojornalista, Ney Douglas afirmou que a importância do contato
é a qualidade do trabalho. “Não adianta ter uma boa foto e um texto que não
diga nada. Ou não adianta ter um texto muito bom quando a foto não condiz com
ele”, declarou.
Enquanto respondia às perguntas dos
presentes, Ney exibia alguns de seus melhores registros. Um deles, em que a
mulher do acusado de um homicídio esperava, sentada, para depor, causou dias de
choro ao fotojornalista. Uma hora após fazer a foto, o repórter fotográfico
recebeu a notícia de que uma mulher havia sido morta a 100 metros da delegacia,
com 4 tiros na cabeça. Na cena do crime, Ney reconheceu quem fotografara havia
uma hora. Fez algumas fotos. Ali, ela não era mais depoente, mas vítima.
Ney Douglas foi ganhador do prêmio Vladimir
Herzog em 2010 e, em 2013, foi selecionado para compor o livro “O melhor do
fotojornalismo 2013” com uma de suas fotos.
Sobre o Jornal Livre
O projeto nasceu em 2010, quando
alunos do curso de Jornalismo da UFRN, com o apoio do professor Manoel Barreto,
reivindicaram a criação de um projeto em que se pudesse praticar jornalismo
impresso. Em 2012, foi publicada a primeira edição do jornal. Devido a
dificuldades financeiras, o projeto não teve continuidade. Agora, no segundo
semestre de 2013, o Jornal Livre renasce, com o apoio de alunos antigos e novas
adesões. O objetivo é a produção e a publicação da segunda edição, que está
prevista para o final deste ano. Apresentar a prática do jornalismo impresso e
a escrita da reportagem a graduandos do curso são dois dos intuitos do projeto.
Você pode obter mais informações aqui,
na página do Jornal Livre no Facebook.
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