Por Matheus Soares
“Eu descia as escadas enquanto o cano da arma tocava minha
cabeça. Percebi que as escadas davam para uma parede. Eu sabia que ia morrer,
tinha certeza”. Essas foram algumas das palavras que Klester Cavalcanti proferiu aos
ouvintes que assistiram sua palestra, no prédio do CCHLA (UFRN), sobre os seis
dias de terror que ele passou na Síria, em maio de 2012, durante a guerra
civil.
O jornalista, que já ganhou dois prêmios Jabuti de
literatura, contou que pagou a própria passagem
para o país no Oriente Médio
e foi cobrir o conflito por vontade própria. Conseguiu fontes na embaixada
brasileira da Síria e obteve o seu devido visto para tal território. Porém, o
que seria uma cobertura jornalística resultou em
seis dias de prisão em uma delegacia improvisada, sujeito a agressões corporais
e situações extremas de vida ou morte.
“Passar no Ministério
da Informação”, dizia, árabe e português, o seu
passaporte. Klester deveria ir ao ministério para ser acompanhado por um
guia do governo, que não o levaria para os territórios em guerra. No entanto,
ele resolveu entrar na cidade de Homs, epicêntro da guerra civil, sem passar no
lugar indicado e sem qualquer permissão. Talvez tenha sido isso o motivo da
prisão dele, comenta o próprio jornalista.
Mesmo a palestra passando do horário estipulado, as pessoas
continuaram até o final. Após responder aos questionamentos do público, Klester
lançou seu livro, Dias de inferno na Síria, em que
conta a sua aventura, a qual foi tema do evento.
De engenheiro
industrial a jornalista
Klester já trabalhava em uma empresa como engenheiro
industrial quando decidiu partir para a área de comunicação. “Eu era bom em
matemática e desenho. [...] Mas larguei tudo para trabalhar em uma empresa de
assessoria por 90 reais”, comenta o jornalista.
Aos poucos, foi evoluindo na
nova área, seguindo para uma empresa de assessoria maior. Porém, foi para a
redação de um jornal pernambucano, até ser chamado para ser correspondente da
revista Veja em Belém do Pará.
Em 2000, foi levado à São
Paulo por ter sofrido um sequestro na cidade do norte do país. Trabalhou em
diversos títulos da Editora Abril, como a revista VIP, até assumir o comando do
portal Estadão,
em 2010. Dois anos depois, segue para a Istoé Gente, onde está atualmente.
O jornalista é autor de quatro livros, entre eles O
nome da morte, que já está sendo produzido
para uma versão cinematográfica.
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