terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Especial Watergate: Parte 2




Por Matheus Soares
   “A fonte anônima mais famosa da história americana”. Assim foi denominado, pelo jornal The New York Times, o “Garganta profunda”. Foi por meio dele que os dois jornalistas do Washington Post guiavam as investigações do escândalo Watergate.
   Carl Woodward geralmente o encontrava em um estacionamento subterrâneo, apenas para confirmar ou negar os dados obtidos. O jornalista prometera contar seu nome só depois que a fonte morresse.
   Porém, em 2005, o ex-vice-presidente do FBI, William Mark Felt, revelou ser o “Garganta profunda”. O mistério chegaria ao fim 33 anos depois do escândalo, por um artigo escrito pelo advogado da família Felt para a revista Vanity Fair.
   Felt era vice-presidente do FBI quando estourou o escândalo do Watergate. Ele liderou as investigações do caso e, dessa forma, sabia que Nixon tentava abafar o escândalo. “Felt acreditava que estava protegendo a agência (FBI) ao encontrar uma maneira clandestina de vazar informações dos interrogatórios e arquivos do FBI para o público, a fim de construir uma pressão pública e política para que Nixon e sua equipe fossem responsabilizados”, disse Woodward.
   No entanto, Nixon deixou de nomear Felt para o cargo de presidência da agência, para colocar alguém de fora do FBI, em maio de 1972. Há quem diga que isso teria motivado o agente a contribuir com os jornalistas do Post, mesmo o próprio tendo negado a hipótese.

WOODWARD E FELT

   Marc Woodward conheceu Felt em uma sala de espera, na Casa Branca, quando o jornalista trabalhava na marinha americana. A partir disso, o repórter mantinha contato com o agente, o qual já servia de fonte anônima antes mesmo do caso Watergate estourar. No início, Woodward o chamava de MF, que, além de serem as iniciais de Mark Felt, significa My Friend (Meu amigo).
   Logo após o esclarecimento público de Felt, em 2005, Woordward escreveu um artigo para o Washington Post tratando sua relação com o agente do FBI e como tudo começou. "Eu estava esperando e por um momento um homem alto e com um perfeito penteado de cabelos grizalhos sentou ao meu lado", escreveu o jornalista. No entanto, três anos depois do anúncio, Mark Felt falece.

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