Por Matheus Soares
A administração de Nixon tentou amenizar o caso, alegando
pressão demasiada da mídia contra o presidente. Porém, as diversas acusações
que circulavam na imprensa foram parar no Tribunal, complicando a situação
política do governante americano.
Em junho de 1973, Dean Alleges, o primeiro assessor da Casa Branca quebrou
o silêncio e depôs sobre o caso. Ele alegou que o presidente estava
profundamente envolvido e que tinha conhecimento sobre as tentativas de abafar
o escândalo. No mês seguinte, um outro funcionário do governo afirmou a
existência de um sistema de gravação secreto na sala de Nixon, o qual
registrava as ligações e conversas do presidente.
Após longas negociações, a Casa Branca concordou em liberar
apenas os resumos das gravações. Descobriu-se, no entanto, que uma delas fora
rasurada. Nixon já não detinha a mesma credibilidade. Mesmo assim, o presidente
não cedia às acusações. Defendia-se dizendo que tudo não passava de uma
conspiração e que não tinha conhecimento sobre o escândalo.
O ano de 1974 já se estendia, quando o próprio governante
liberou uma transcrição de 1.200 páginas, contendo as conversas dele com os
assessores. Nem seus advogados conseguiram defendê-lo disso. Mais tarde também
seriam divulgadas outras gravações.
Em julho do mesmo ano foi aprovado o Impeachment do presidente
americano. Nixon era culpado.
No oitavo dia de agosto, os norte-americanos acompanharam a
transmissão televisionada do discurso de renuncia do presidente.
“Eu lamento profundamente qualquer injúria que possa ter feito no curso dos eventos que levaram a essa decisão”Essa foi a lastimada fala de Nixon, o primeiro presidente a renunciar o cargo na história dos Estados Unidos
O QUE RESTOU AFINAL?
Após todo o escândalo e julgamento do caso Watergate, Nixon
ensinou aos americanos que um presidente também comete erros e que deve
respeitar a justiça do país como qualquer outro cidadão. O congresso dos EUA
passou a regular as atividades da CIA e do FBI, evitando abusos de poder das
agências de segurança.
E para o jornalismo, a história dos dois repórteres do
Washington Post serviu de motivação para os diversos alunos de comunicação
social da época. Muitos acreditam que o Watergate inaugurou a época de ouro do
jornalismo investigativo.
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