terça-feira, 30 de abril de 2013

Especial Televisão (parte 2)



Por Matheus Soares
   Em 1252, a franciscana Santa Clara descansava em sua cama, no mosteiro que vivia há 40 anos, por estar muito doente. Devido à fragilidade, ela não acompanhou suas colegas na celebração especial de Natal. Mesmo longe, Clara assistiu toda a missa sem sair do leito, mais de 800 anos antes da invenção da televisão. Dizem popularmente que ela acompanhou, por meio de uma visão, todos os detalhes como se estivesse no evento.
   Dessa forma, já no século XX, Santa Clara foi considerada a padroeira da televisão. E sendo sua função zelar pelo novo advento, podemos dizer que ela fez bem o seu papel de popularizá-lo.
Na década de 20, a televisão era artigo de luxo e não apresentava nenhuma capacidade de concorrência ao cinema e o rádio, meios de comunicação já consolidados, como já vimos na primeira parte. Inclusive, as empresas radiofônicas foram responsáveis pelas primeiras transmissões experimentais.
   Na Inglaterra, por exemplo, a BBC foi a primeira a manter uma transmissão regular, porém mínima, antes da segunda guerra mundial. Em 1941, as americanas NBC e CBS também apostaram na telinha, com horários limitados e definidos para a apresentação dos programas.
   A popularidade da televisão, no entanto, foi enorme. Depois da Segunda Guerra Mundial a audiência explodiu, crescendo a cada semana e roubando o público das salas de cinema e os ouvintes do rádio.
   Os estúdios hollywoodianos, em uma tentativa de impedir o crescimento da TV, reivindicaram uma taxa para ter acesso à transmissão. Mas nem os poderosos empresários de Hollywood conseguiram barrar a popularidade dela. A partir dos anos 50, quando os eletrodomésticos invadiam as casas, a audiência televisiva já estava consolidada.
   Dez anos depois eram mais de 750 milhões telespectadores em todo o globo, acompanhando visualmente os principais acontecimentos mundiais, como a coroação da Rainha Elizabeth e as Olimpíadas.
   Os mortais, agora, tinham a chance de, como Santa Clara, assistir o que acontecia fora de suas casas.

Tudo em cores
   Na década de 50 as imagens transmitidas eram muito mais nítidas que aquelas dos primeiros anos de televisão. Porém, a tecnologia foi capaz de criar câmeras que captavam as cores, tornando o conteúdo mais vivo e interessante. A televisão devia seguir o avanço tecnológico e substituir a imagem em preto e branco.
   Mas, o desafio maior era mudar os sistemas de transmissão sem desperdiçar os aparelhos antigos. Em 1953, foi criado um comitê com os principais industriais americanos, o National Television System Committe, para trazer cor à televisão, usando o mesmo sistema da imagem preto e branco.
   Um ano depois, os EUA fazem a primeira transmissão regular em cores.

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