sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Clica, foca!


O Clica, Foca! de hoje e das próximas três sextas-feiras se dividirá em quatro temáticas: Música, O Inusitado, Guerra e Esporte. Porque hoje se fotografa de tudo, se fotografa no céu e debaixo do mar. Se fotografa choros e risos e prédios a desabar. Nossa, que brega! Me largo agora das minhas duvidosas habilidades poéticas e falo sério. O fotojornalismo é variado demais. Há diversos objetos de fotografia e fotógrafos especializados para cada objeto. Seguindo esse pensamento, a gente vai te trazer as histórias que se esconderam por trás de músicos, por trás de situações inusitadas, por trás de uma guerra e por trás de um acontecimento do esporte. Divididozinho assim em quatro segmentos. A primeira parte dessa série, Música, conta os bastidores de uma foto bem famosa. Eu e as divindades fotográficas duvidamos de que você a desconheça.

Parte I - Música




Essa foto foi parodiada pelos Simpsons, foi capa de CD e leiloada por 16 mil libras em um leilão que durou menos de um minuto. Iain Macmillan, fotógrafo escocês, foi o artista da obra. No bairro londrino St. John’s Wood, em 8 de agosto de 1969, o fotógrafo aprontou uma escada para apoio e, a três metros do chão, fotografou os Beatles para o que seria a capa do álbum Abbey Road. John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr protagonizaram a mais famosa travessia-de-rua enquanto um policial parava o trânsito. Com os 10 minutos que foram concedidos a Macmillan, o fotógrafo fez seis cliques dos Beatles andando nas duas direções da faixa de pedestres.

Na manhã de 22 de maio do ano passado, a foto que mostra os Beatles andando na direção contrária a que estampa o álbum Abbey Road (abaixo) foi leiloada por 16 mil libras esterlinas - o que equivale a R$ 51 mil – em Londres.


“Ah, Natália, mas isso não é fotojornalismo! Isso não é jornalístico!”

As novas definições que vieram com o novo nome da coluna abraçam, além de qualquer coisa, a definição de contadora de histórias. Acho que jornalismo é sobre isso. Sobre contar histórias. E no fotojornalismo se conta um monte delas - elas apenas são traduzidas em fotografia.

E aí? Gostou de saber a história dessa famosa foto dos Beatles?

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Achados da internet

    Navegando por essa vasta "wild"web, achei alguns vídeos sobre jornalismo no canal do Itau Cultural. São entrevistas de 2011 com grandes  jornalistas brasileiros, liderados por Claudiney Ferreira e Eliane Brum, os quais instigam os entrevistados a discutir importantes temáticas da área de comunicação.
    Nos dois vídeos que hoje trago, primeira e segunda parte, temos Hamilton Ribeiro, contando um pouco sobre sua vasta experiência na revista Realidade e no Globo Rural. Natália Viana, repórter independente e que organiza o site "Pública", também expõe suas histórias de freelancer.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Nós também erramos!

Foram diversas tentativas, crises de risos e sirenes no meio do vídeo. Teve gente que pisou no pé do enfermo, outra que não sabia mexer na câmera e mais um que trocou as palavras. Esse é o nosso making off. Demorou, mas chegou!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Clica, foca!

Sobre crises e rugas que falam

Por Natália Noronha


A crise dos anos 30 deixou muita gente desamparada. O colapso econômico dos EUA logo se fez colapso mundial, visto que os americanos eram os principais financiadores dos europeus. A queda das ações e a consequente falência das empresas deixaram pais desempregados e famílias sem rumo. Mas falo de um sem-rumo bem literal, bem real; um sem-rumo de ficar ao pé da estrada, numa barraca, com sete filhos e incontáveis desesperanças... Sem destino e com uma ruma de meninos.
A mãe, Florence Owens Thompson, e sua família – a ruma de meninos e o marido - viajavam pelas estradas da Califórnia na esperança de encontrar emprego. No meio do caminho, duas peças do carro quebraram, e Jim, marido de Florence, e mais dois dos filhos do casal foram a uma cidade próxima em busca de conserto. Florence e as crianças, enquanto esperavam, providenciaram uma barraquinha e montaram uma espécie de acampamento temporário.
A cena havia sido montada para Dorothea Lange. A fotógrafa americana, durante um mês, viajou por todo o estado da Califórnia a fim de documentar o trabalho agrícola de imigrantes. Ao localizar Florence e as crianças sob o mini-acampamento, fez uma série de fotos da cena. Com as fotos, Dorothea conseguiu a projeção da crise no semblante cansado de Florence, assim como a tradução da desordem em que se encontrava o país na bagunça da barraquinha. Olha aí:








Em 1960, Lange deu o seguinte depoimento sobre o episódio:

“Eu vi a mãe desesperada e faminta e me aproximei dela, como se fôssemos ímãs. Não lembro como expliquei minha presença ou a minha câmera para ela, mas lembro de que ela não me perguntou nada. […] Ela pareceu saber que minhas fotos poderiam ajudá-la, então ela me ajudou. Havia um pouco de igualdade ali.”

Você acha que a proximidade entre Dorothea e Florence foi suficiente para traduzir a crise da época? Não falo de distância física, mas de "distância fotográfica". O quão bom foi o clique dirá o quão próximos estão o fotógrafo e o fotografado. Quanto mais a fotografia falar, mas próximos estarão. E aí?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

#citação

    Convidado pela revista portuguesa Visão, o jornalista americano Walter Dean realizou uma série de palestras sobre o futuro da imprensa mundial para os funcionários do periódico. Seu trabalho e suas ideias podem ser vistas no vídeo-reportagem abaixo, o qual aborda a relação das plataformas tradicionais, como a televisão e o papel, com as modernas mídias digitais. Dean acredita que a abundância de informação e de meios de comunicação causaram uma divisão na audiência, que antes era homogênea, e que implicou na diminuição dos lucros.

"[...] O setor de publicidade ainda não conseguiu desenvolver modelos [de lucro] que sejam tão eficazes nesses dispositivos [móveis] como nos suportes tradicionais, como no papel e na televisão"
Walter Dean

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Não sei, mas minha prima disse que eu passei


Por Matheus Soares
    Enquanto a reitora da UFRN anunciava, pelo rádio, os primeiros colocados do vestibular 2012, eu atualizava a página da Comperve e nada aparecia. Já escutava os nomes de alguns amigos que estavam nas primeiras vagas, mas não conseguia olhar se o meu constava na lista geral dos aprovados.
    Corria pela casa, angustiado. E se eu não passar? Minutos antes eu aparecia na televisão, concedendo uma entrevista sobre a expectativa do vestibular à uma emissoa local. Por que eu topei participar? Vou ser o menino confiante que não passou. Mas se eu passar?
    F5 na página. Nada. E agora? Que se dane, me deitarei e só verei o resultado em uma hora. Será que saiu? Corri para o computador e atualizei novamente. “Erro”. Sério, Comperve?
    Minha prima liga. “SÉTIMO, MATHEUS. SÉTIMO”. Sétimo? Sétimo o quê? “Você passou!”.
   Gritei. Pus para fora todos os estresses, as angustias, os medos e os esforços de um ano sofrido. PASSEI! Gritei sem acreditar no que estava acontecendo. Meus pais vieram e me abraçaram, eu consegui.
   “Passou?”, meu avô perguntava. Não sei, minha prima disse que passei. Fui ao computador e, finalmente, pude ver meu nome completo na lista dos aprovados para jornalismo. A partir daquele momento eu era um universitário.