quarta-feira, 31 de outubro de 2012

#Tela livre

   Confira o RoléCult, segundo programa do projeto TELA LIVRE. Apresentando por Janneylson Marques, o programa aborda temas como música, cinema e literatura.


RoléCult
Direção: Niele Cassiano dos Santos
Produção de estúdio: João Pedro da Silva Rebouças
Produção de matéria: Cláudia Danielle Galvão Gomes
Produção de matéria: Janaíle de Paulo dos Santos Soares
Apresentação: Janneylson Marques Cavalcanti
Reportagem: Jeandson do Nascimento Moura
Reportagem: Maria Priscila do Nascimento Silva
Edição: Yargo Martins e Silva
Edição: Gabriel Vasconcelos
Edição: Patrícia de Carvalho Silva

É um pássaro? Um avião? Não, é o Super homem sem emprego!

Capa da revista 13
Por Matheus Soares
    O Super-Homem desistiu do jornalismo tradicional. A notícia foi divulgada na HQ n° 13 do super herói, lançada semana passada nos EUA, quando a agência Planeta Diário é comprada por um conglomerado de comunicação e passa a servir a outros objetivos. Clark Kent, alter ego do kryptoniano, se cansa da submissão do seu jornal ao entretenimento e sensacionalismo. Assim, ele pede demissão do emprego.
   Em fala ao USA Today, o roteirista dos quadrinhos, Scot Lobdell, explica que “O Super-Homem é talvez a pessoa mais forte do mundo, mas por quanto tempo ele pode ficar atrás de uma mesa com alguém respirando em seu pescoço?”.

   Pois bem, nem o super homem quer mais trabalhar com o jornal impresso. Dizem que o herói vai se dedicar à internet, criando um blog ou um negócio próprio. Dessa forma, ele terá mais liberdade e maior comprometimento com a notícia de fato.

   A demissão deixou todos os jornalistas abalados, pois diversos periódicos estão sendo fechados ao redor do mundo. Resta saber se a mudança de emprego foi apenas um protesto contra a atual forma de se fazer notícia ou os quadrinhos estão representando uma tendência mundial?

Não é a primeira vez

   Mesmo essa notícia ganhando grande visibilidade, o Super homem deixou o Planeta Diário no mínimo em duas ocasiões. A primeira foi quando ele se tornou âncora de um jornal televisivo. E em 1999, na edição 10 dos quadrinhos, a agência de notícias é comprada pelo vilão Lex Luthor, que demite grande parte da redação, inclusive o super heroi.

O cartunista Maurício Ricardo, em seu site Charges, tirou sarro do acontecimento.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

#Tela livre

    Semana passada foram lançados na Cientec os quatro programas experimentais do Tela livre, projeto de extensão que visa o contato do aluno de comunicação social com as produções de televisão. Os estudantes das três habilitações (jornalismo, radialismo e publicidade) foram responsáveis por todas as etapas de construção dos vídeos, desde as pautas até a edição.
    Neste ano, foram produzidos quatro programas temáticos: Programa Ecoativo (meio ambiente), RoléCult (Cultura), Jornal F5 (Telejornal) e o Tela Esportiva (esporte). Confira o primeiro deles.


FICHA TECNICA
Direção: Thereza Raquel Rocha Galvão
Produção de matéria: Lucélia Maria de Moura Bezerra
Produção de matéria: Karen Caroline Lima de Souza
Apresentação: Lucas Ferreira Fernandes
Reportagem: Marcos André da Silva
Reportagem: Maria Susana Alves de Araújo
Edição: Beatriz Lima de Paiva
Edição: Jampierre Fonseca de Souza
Edição: Joselita de Souza Silva

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

#citação

    Em entrevista ao Novo Jornal, o escritor e jornalista Lira Neto comenta sobre a relação da internet com os veículos impressos, dizendo que os dois podem sobreviver. O escritor também afirma que usa aparatos tecnológicos para suas pesquisas, mas não descarta a importância do material físico, como livros e revistas.

Aconteceu na Cientec

    Além dos nossos trabalhos jornalísticos, muito coisa interessante ocorreu na 18a Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura (CIENTEC). Bandas de fanfarra fizeram a festa da garotada, peças encenadas nos corredores, trabalhos foram expostos e até um flash-mob, ao som de Gangnam Style, chamou a atenção de quem passava. Somado a isso, tiveram as pesquisas científicas expostas nos mais de 200 estandes, os shows na praça e as diversas palestras espalhadas por toda UFRN. O BLOG FALA FOCA não deixou passar e capturou alguns desses momentos.

"As casadas solteiras" de Martins Pena é encenado pelo grupo de Riacho da Cruz (FOTO: Matheus Soares)
Elenco é constituído por alunos do ensino fundamental e médio (FOTO: Matheus Soares)
Banda de fanfarra da Escola Tiradentes anima o público da Cietec (FOTO: Matheus Soares)
Confira mais fotos

#Cientec

    O que fizemos semana passada? Fomos atrás de matérias, sofremos com o deadline, entrevistamos desde alunos do ensino fundamental até pós-doutores, tiramos fotos, ficamos com fome (mas a pauta não podia cair), escrevemos, gravamos, perguntamos e perdemos o medo ou timidez. Foi uma semana de correria e aprendizado.

Estandes da FOTEC, projeto de jornalismo experimental, que cobriu as principais notícias da Cientec (Foto: Matheus Soares)
Matheus Soares entrevista o pesquisador Denis Damázio por meio de vide-conferência. Denis trabalha no Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear  (CERN) na Suíça (FOTO: Amadeu Albino)
Estande da Radio Sonora. Esse ano, o projeto teve uma equipe de assessoria e sua transmissão também foi via web  (FOTO: Matheus Soares)
Matheus entrevistando estudante para a matéria sobre sustentabilidade (Foto: Bruna Evangelista)
Redação da FOTEC lotada. Em primeiro plano, os computadores destinados aos repórteres, fotodocumentaristas e pautas (Foto: Matheus Soares)
Rádio Sonora garantiu boas músicas e informação na Cientec (Foto: Matheus Soares)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Parem as rotatórias! Alerta de semana cheia chegando!



    Essa semana começa a CIENTEC, espécie de feira de ciências escolar da UFRN. Serão cinco dias de evento, no qual trabalhos científicos de toda a universidade serão expostos. Além disso, teremos feira de quadrinhos, palestras e shows musicais.
   Acredite: a universidade inteira para nos dias de CIENTEC! E nós, alunos de comunicação social, não seremos exceção. Dessa forma, grande parte da equipe do BLOG FALA FOCA estará percorrendo os estandes para realizar matérias para a FOTEC (Agência de notícias que cobre o evento), ou ficará nos estandes de diversos projetos.
   Então, se as postagens não estavam frequentes, elas ficarão ainda mais escassas. Ou melhor, tentaremos trazer algumas fotos da rotina dos projetos. Pedimos desculpas aos nossos leitores assíduos, mas não está fácil para ninguém! No entanto, não caiam no choro! Novembro está se aproximando e, com ele, esperamos sossego e mais tempo para realizarmos matérias especiais para o blog. Aguardem!

Alguma questão ou monção em pauta?


Parte do CII reunido no último dia da SOI
  Por Matheus Soares
    Eram sete e meia da manhã e a sala de reunião da agência internacional de notícias SOI NEWS estava cheia de jornalistas, cinegrafistas e publicitários. Todos ainda com cara de sono, conversando besteiras e esperando ansiosamente as diversas reuniões da ONU começarem. Qualquer deslize dos diplomatas iranianos ou alguma briga entre os russos e americanos deverão ser notados pelos repórteres do jornal.
   Oito em ponto, os jornalistas voavam diretamente ao seus destinos, nos quatro cantos do mundo. Na Austria, um cobrindo as questões de segurança das usinas na Agência Internacional de Energia Atômica, outro indo conferir as discussões da criação do estado palestino na Assembleia Geral em Nova York. Além de reuniões no Quênia e na America Latina. 
   "Alguma questão ou monção em pauta?" perguntavam os diretores dos conselhos. Os representantes da imprensa corriam feito loucos para entender a linguagem usada. Tudo tinha que ser votado, até um intervalo para lanche. "Decoro, senhores delegados!" gritavam os representantes da mesa quando a discussão aumentava.
   Enquanto isso, todo o QG de notícias trabalhava para por no ar as diversas informações sobre os eventos. Os publicitários lutavam contra uma pane na internet e a equipe de televisão rodava o planeta em busca de imagens e matérias na companhia da fotógrafa.
Jornal do primeiro dia
   Às onze horas, os textos estavam prontos para o jornal impresso. Não antes os repórteres voltarem à Nova York para explicar suas pautas e informar sobre as discussões. Depois disso, era só esperar um pouco que o horário de almoço chegaria.
   Após a pausa para refeição, e o sono voltando, as atividades eram retomadas. A correria se instaurava até o crepúsculo, quando as matérias era postadas no blog da agência e os programas eram exibidos.
   E foi assim,por três dias, a rotina do Comitê Internacional de Imprensa da SOI, que cobriu integralmente as atividades de simulação, todas elas realizadas com alunos do ensino superior e médio. O prédio de Ciência e Tecnologia da UFRN transformou-se no mundo para a realização do projeto de direito, do qual os estudantes de comunicação social tiveram oportunidade de participar.
   A equipe foi unida e produtiva, resultando em jornais com credibilidade e lido por todos os participantes da SOI. Em geral, foi uma experiência maravilhosa, extremamente construtiva e que tive orgulho de participar. 
Para conferir o que rolou na SOI 2012, acesse o site da SOI NEWS
Jornal SOI NEWS sendo exibido na cerimônia de encerramento
Pessoal de impresso + TV
Os responsáveis pela web tv
As duas Amandas gravando

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

#citação

   O filósofo Malek Chebel é um defensor de um islamismo mais subjetivo e independente. Em entrevista à Carta Capital de 3 de outubro, ele disse que as pessoas estão criando opiniões a partir de imagens que passam na televisão, desenvolvendo um fenômeno de generalização de diversos temas.

Importância dos projetos de extensão

Por Matheus Soares
   Acredito no poder de um projeto de extensão. Como aluno do segundo período do curso de jornalismo da UFRN, posso constatar que as matérias que pago em sala de aula não chegam nem aos pés de uma experiência, salvo introdução ao jornalismo e xeque-mate (as melhores matérias). Não é por acaso que, apenas em um mês, estou fazendo parte de três projetos.
   Nem conclui meu primeiro ano na universidade e já passei por diversas áreas do jornalismo. E digo, aprendi muito! O finado Jornal Livre, que a Reitoria o tenha, deixou meu primeiro semestre mais cativante. Em meio as aulas de filosofia e metodologia da ciência (zzzz), pude ter a oportunidade de ligar pra fonte e pedir um horário vago para ela responder à algumas "perguntinhas", de chegar me tremendo no local marcado e tomar um "chá de cadeira", e de que texto noticioso não pode ter palavras como "infelizmente", isto é opinião!

   Já neste segunda parte do ano, pude aprender muito mais sobre televisão com o Tela Livre. Como me portar em frente às câmeras, o modo de segurar o microfone e o tom de fala. Além de vivenciar as etapas de produção da matéria, desde a pauta até o desenvolvimento das gravações. Foram ensinamentos valiosos que pude obter ao longo dessa experiência.

   Diversas pessoas já vieram me perguntar se eu estou gostando do curso. Digo, sinceramente, que as aulas não são tão satisfatórias, servem mais para nos intelectualizar, nos formar jornalistas conscientes das amarras políticas e nos preparar para um mercado do século passado. Porém, falo, com a absoluta certeza, que os projetos de extensão voltados ao jornalismo são o forte do curso. Aprendo coisas importantíssimas que não tenho oportunidade de vivenciar na maioria das matérias em sala. Não quero, de jeito nenhum, desmerecer meu curso. Ao contrário, quero deixar claro a importância dos projetos de extensão aos alunos do curso de comunicação social da UFRN.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Palestra sobre Marco Regulatório abre a SECOM

Por Matheus Soares
    Na última segunda feira, primeiro de outubro, aconteceu o primeiro dia da semana de comunicação (SECOM) na UFRN. Entre diversas oficinas e euforia dos estudantes, a palestra sobre o marco regulatório abriu oficialmente o evento. Lalo Leal, apresentador do programa VerTv da Tv Brasil, ministrou o momento, o qual foram discutidas atitudes para a regulamentação das leis de comunicação no Brasil.
   Carismático, o professor estava visivelmente satisfeito pelo espaço da discussão, já que considera esse tema “interditado na sociedade”.  Calmamente, ele explicou a importância do marco regulatório, dizendo que “A lei procura ampliar as vozes, aumentando a liberdade de expressão”, e que deve ser desenvolvido em dois estágios: um geral (para todos os meios de comunicação) e outro mais específico (destinado às rádios e televisões).
   A regulamentação das leis, segundo ele, também seria responsável por ampliar o conceito de comunicação. Dessa forma, colocaria em prática o fim da propriedade cruzada, isto é, ter posse de diversos meios de comunicação, e concretizaria o processo de concessões de canais públicos. Logo, a comunicação passaria de um produto comercial para um serviço público, instigando os cidadãos a participar dos problemas sociais.
   No entanto, Lalo afirma que “Não temos um marco regulatório pelo temor aos radiodifusores e seu poder”, e relaciona o comercial com a telecomunicação desde os primórdios dos jornais impressos, comentando que o mercado tomou conta das funções do estado, como garantir informação à sociedade. Dessa forma, as empresas passam por cima do governo e “engolem o espaço público”.

Lalo Leal, responsável pela palestra sobre o Marco Regulatório
Auditório do NEPSA

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Escrevo ou gravo?

   “Boa noite, está começando mais um jornal”. Desde quando decidi ser jornalista, ainda no ensino fundamental, meu sonho era trabalhar na televisão. Ser rodeado por câmeras e aparecer na telinha de cada brasileiro era algo que sempre queria alcançar.
   Porém, quando entrei na universidade meu primeiro contato foi com o jornalismo impresso. E, por incrível que pareça, acabei gostando de passar minhas ideias para o papel. Escrever tornou-se um hábito, e ler jornais também. Me acostumei a correr atrás das fontes, entrevistá-las “calmamente” – sempre anotando tudo no caderninho – e depois montar meu texto, com lide, sub-lide e tudo que tenho direito.
   Apenas agora eu pude ver como se faz televisão, desde a criação das passagens, dos offs, do roteiro, até a edição das imagens. Tudo depende do esforço de diversas pessoas para colocar a reportagem no ar. Acabei levando um susto ao me deparar com um universo diferente do jornal de papel, sentindo uma grande dificuldade em me adaptar.
   E agora, chegando o tempo de correr atrás de estágios e me especializar na área que quero atuar,  a dúvida que mais ronda em minha cabeça é: escrevo ou gravo?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

40 anos de história na Convivart

Por Alice Andrade
Fotos Matheus Soares
   Com o objetivo de contar a história da TVU durante os seus 40 anos, está acontecendo, no Centro de Convivência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mais uma exibição aberta ao público.  Dos dias 01 a 05 de outubro, a exposição “TVU 40 anos contando nossa história” estará na Galeria Convivart, das 8h às 20h.
   A mostra chama a atenção por ter sido organizada em forma de linha do tempo, trazendo diversos objetos, fotos, documentos e cenários os quais fizeram e ainda fazem parte da TV Universitária. Além disso, um vídeo com trechos de vários programas da emissora é projetado na porta de entrada. Ainda no segundo dia, o evento já havia recebido quase 100 visitantes.
   O professor Carlos Gomes, coordenador geral da exposição, afirma que a ideia surgiu inicialmente de um grupo de funcionários do SEDOC e da Superintedência de Comunicação (COMUNICA), que resolveram mostrar às pessoas alguns dos elementos históricos da emissora. “Espero que todos venham conhecer a importância da TVU para a UFRN e para o estado como um todo”, convida Gomes.

A galeria CONVIV'ART localiza-se no centro de convivência da UFRN
Projeção de imagens na porta da galeria
Câmera utilizada nos anos 90
Visão geral da exposição
Câmera utilizada nas décadas de 70 e 80

Diversas fotos ilustram a exposição
Parte interativa da exposição, com a antiga bancada do TVU Notícias

Nota sobre o fim do diário de natal

   Com uma pequena nota no canto direito da capa, o jornal diário de natal acabou. Apenas poucas palavras foram capazes de por fim aos 73 anos de história do periódico potiguar. A sociedade foi pega de surpresa, principalmente os profissionais que lá trabalhavam. E o jornalismo local, tão acuado e pequeno, sofre demais com esta perda. Um portal online de notícias, mesmo mais economicamente e ambientalmente viável, não suplantará a falta que um jornal fará todos os dias nas bancas de jornais natalenses.
Blog fala foca

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Especial Semana de comunicação

   Esta segunda (1) foi o primeiro dia da semana de comunicação da UFRN. Entre diversas oficinas e palestras, o blog fala foca conferiu algumas e trouxe até você!

Minha primeira vez

A primeira vez a gente nunca esquece
Por Marcos Neruber
   Hoje tive minha primeira experiência com reportagem para um programa de TV fora de estúdio e a sensação foi maravilhosa. A câmera, o microfone, todo aquele ambiente de produção, chefe de reportagem e cinegrafista me deixaram super confiante e com a certeza de que é aquilo que quero para a vida. Não vou mentir... Já pensei em ir para outras áreas e inclusive trabalho com assessoria de comunicação, um ramo do jornalismo bem distinto da reportagem de TV.
   Já havia gravado no estúdio e não foi tão bom quanto ir para rua. A sensação de estar ali com o fato, em outro ambiente, sentindo a emoção que todos que estavam presente passavam é inexplicável! É algo que te deixa deslumbrado e cada vez mais apaixonado pelo jornalismo.
   Errei. E como errei. Na primeira gravação, tentei 12 vezes e só acertei na 13º, que por incrível coincidência ou coisa do tipo, é meu número da perfeição. Na segunda matéria, já na quarta tentativa, minha cinegrafista dava o sinal de ok. Finalmente estava terminado e tudo tinha ficado perfeito.
   No fim deu tudo certo. Minha produtora foi muito atenciosa e me passou confiança. As consequências são inevitáveis: fiquei quase sem voz. É importante frisar que ao sair para gravar hoje, tinha a certeza que era minha última chance na TV, séria a última chance que estaria dando a mim mesmo para essa área do jornalismo. Agora, estou escrevendo esta matéria com a certeza de que é reportagem para TV que quero para o resto da minha vida.

Gravação da passagem para a reportagem do Xeque Mate
A produtora Andreza de olho na gravação
Reunião com toda equipe antes da gravação
Entrevista com a cantora Camila Masiso

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O que chamaram de suicídio...


Por Ana Clara Dantas
    Vladimir Herzog nasceu na antiga Iugoslávia e veio para o Brasil ainda criança, seus pais fugiam do Nazismo que assolava a Europa. Vlado, como era chamado por amigos e familiares, se formou em filosofia pela USP e logo ingressou no Jornal O Estado de S. Paulo, de onde saiu em 1964 para estudar cinema e TV na BBC de Londres. Nessa época, ele já demonstrava interesse na questão da TV Educativa e esperava usar no Brasil os conhecimentos adquiridos na capital inglesa.
   Na volta a São Paulo, torna-se editor de cultura da Revista Visão e algum tempo depois surge a oportunidade de secretariar o telejornal “Hora da notícia” na TV Cultura. Vlado integrava a equipe do então diretor de Telejornalismo Fernando Pacheco Jordão, que tinha o notório interesse de fazer a sociedade retomar a discussão dos seus problemas. O noticiário exibia reportagens sobre questões sociais como transportes, educação e saúde. O “Hora da Noticia” durou quase dois anos. Vitima de denuncias e ameaças, foi extinto em 1974, quando toda a equipe de Fernando P. Jordão foi demitida.
   Em 1975, Vladimir é convidado pelo então secretário de Cultura de São Paulo para dirigir o Jornalismo da TV Cultura com o objetivo de resgatar a credibilidade da emissora.


   Vlado tinha um projeto grandioso, ele planejava fazer da TV Cultura um Canal aberto ao diálogo para que a população discutisse seus problemas. Todas essas ideias são encontradas no plano de trabalho intitulado “Considerações Gerais Sobre a TV Cultura”, escrito pelo jornalista. Nesse documento ele analisa os principais erros da emissora – como a indefinição de objetivos e do próprio publico a que se destina - e traça metas consistentes a serem atingidas.
   A proposta inovadora e o envolvimento com o Partido Comunista Brasileiro fizeram com que Vlado fosse acusado de subversão. O colunista do jornal Shopping News, Claudio Marques, usava seu espaço semanal para delatar jornalistas. E o grupo da TV Cultura era um alvo constante. Na verdade, Vladimir já esperava ser preso, pois alguns de seus colegas de trabalho estavam detidos no DOI-CODI do II Exercito de São Paulo desde o inicio de outubro.
   Ele imaginava que prestaria depoimento e seria liberado em seguida, pois além de ser absolutamente contra a luta armada, sua participação no PCB se resumia principalmente a discutir os danos que a censura causava na produção cultural. Vlado nunca teve uma ligação forte com a política, seus interesses sempre estiveram voltados para a arte, tendo trabalhado com cinema durante muito tempo. O problema foi o partido, pois o PCB havia se tornado uma importante frente de oposição ao governo, e participar das reuniões dele já era suficiente para ser taxado de subversivo.
   Os jornalistas Rodolfo Konder e George Duque Estrada, a mando dos agentes do DOI-CODI, pediram que Vlado confirmasse as informações que os investigadores queriam escutar. Ele disse que não sabia de nada. Rodolfo Konder estava a poucos metros da sala onde Vlado foi torturado e pôde ouvir os gritos do amigo. Em certo momento, foi ligado um rádio e os gritos de dor e de medo se confundiam com a noticia de que o ditador espanhol Francisco Franco havia recebido a extrema-unção. Depois de algum tempo houve silêncio. Vladimir Herzog estava morto. Para esconder o crime, forjaram uma cena grotesca de suicídio, alegando que Vlado teria utilizado o cinto do macacão para cometer o ato. A versão oficial dada pelo II Exército para a morte de Herzog foi amplamente rejeitada pela sociedade. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo organizou um ato religioso ecumênico em homenagem a Vladimir.
   A cerimônia aconteceu na Catedral da Sé, no dia 31 de outubro. Havia um clima de tensão e insegurança. Grupos radicais de extrema direita não aceitavam a proposta de abertura política do general Geisel. A morte de Vlado soava como uma tentativa de desestabilizar o governo.  Qualquer manifestação reforçaria a ideia dos radicais de que o país estava tomado por comunistas, por isso foi montada uma operação policial para impedir que o público chegasse a Catedral. Mesmo assim, cerca de duas mil pessoas compareceram ao culto ecumênico que teve a participação do Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, do pastor protestante James Wright e do rabino Henry Sobel.
Multidão em frente a Catedral no culto ecumênico
   Geisel alertou o comandante do segundo exercito, general Ednardo D’Ávila, para que não ocorressem outras mortes naquela situação. Dois meses depois, também vítima de torturas morre o operário Manoel Fiel Filho. Ednardo é afastado do cargo. Os movimentos sociais de oposição ao governo voltam a se organizar e a luta pela abertura política cresce consideravelmente em todo o país.
   Em 1978, quando surgiam as primeiras comissões brasileiras pela Anistia, o Juiz Marcio Jose de Moraes, da Justiça Federal de São Paulo, declarou a União responsável pela prisão e morte de Vladimir Herzog, além de considerar inútil o laudo que sustentava a versão oficial de suicídio. Mas apenas em 1996 a família conseguiu receber uma indenização.
   Recentemente, a comissão Interamericana de Direitos Humanos intimou o Estado Brasileiro a prestar contas sobre a morte do jornalista. Em resposta, o governo alegou que a Lei de Anistia impede a abertura de uma nova Investigação.
   Na última segunda-feira (24 de setembro), o juiz Márcio Martins Bonilha Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou a retificação do atestado de óbito de Vladimir Herzog. O novo documento deverá constar que a morte ocorreu em decorrência de lesões e maus tratos, não por asfixia mecânica. A revisão do atestado de óbito foi solicitada pela Comissão Nacional da Verdade, órgão que investiga casos de violação dos Direitos Humanos ocorridos durante o regime militar.
   Nas palavras de um dos seus grandes amigos Zuenir Ventura, Vlado soube viver, trabalhar e morrer com dignidade. Ele acreditava que o jornalismo deveria servir a coletividade, daí a sua frase mais famosa: “Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos ante atrocidades sofridas por outros perdemos também a capacidade de nos considerarmos seres humanos civilizados”.