sexta-feira, 30 de novembro de 2012

#FOTO DA SEMANA


As 6 fotos que falam mais que eu

Por Natália Noronha

Eu amo histórias. Amo ler histórias. E quando me interessei por entender o contexto das fotos que trouxe pra vocês, encontrei um baú cheio delas. Uma fotografia é o decreto absoluto da ocorrência de um instante. Mas pra se ter feito o decreto, aconteceu alguma coisa: circunstâncias cooperaram juntas para fazer acontecer o momento. E são essas circunstâncias que traçam as linhas primeiras da história. Uma erupção. Um conflito político. Uma guerra civil. Circunstâncias.
Não sou exímia contadora de histórias – e nem me aproximo de ser -, mas eu bem que gostei desse cargo (obrigada, chefe Matheus!). Hoje, contudo, vou fazer diferente. Selecionei 5 fotos que falam – umas até gritam - por si sós e trouxe pra vocês. Gostaria, de verdade, que vocês percebessem os olhares, as expressões, as mímicas, o cenário e tudo o que o compõe. Eles te contarão, talvez, mais do que minhas palavras conseguiriam contar.
Vou deixar que uns senhores e umas senhoras contem suas próprias histórias. Fechem a porta, sentem e deixem eles falarem. 



Foto por Ricardo Moraes. Parente de uma das vítimas do tiroteio que deixou 12 crianças mortas em Realengo passa mal durante velório.



Registro feito por Goran Tomasevic. Rebeldes ameaçam com arma um homem acusado de ser legalista do ex-ditador Muammar Gaddafi.


Foto por Nacho Doce. Uma adoradora de Umbanda entra em transe durante um ritual na favela Vila Flávia, em São Paulo.


Momento registrado por Zohra Bensemra. Oficial tunisiano grita na intenção de acalmar arruaceiros durante um combate com a polícia em Tunis, capital da Tunísia.


Captura por Li Ping. Mulher de 22 dois anos é resgatada após tentativa de suicídio. Ela planejou pular de um prédio de 7 andares, em Changchum, China.
(Eu não resisti. Olha a história: segundo a imprensa local, a garota tentou se matar após seu namorado acabar o relacionamento de quatro anos. Eles estavam fazendo planos para o casamento. Não houve nenhum ferimento.)

Registrada por Eric Thayer. Garotinho de 9 anos de idade segura o urso que levou ao velório de sua colega de sala, Christina Green. Christina foi morta no tiroteio de 8 de janeiro que deixou seis mortos em Tucson, Arizona.

De raposa para foca

Por Alice Andrade

    O universo da prática jornalística é uma curiosidade constante que nós, estudantes, temos durante o curso. Dúvidas sobre qual área seguir, afinidades dentro do mercado de trabalho e a vontade de conhecer a rotina (ou falta dela) dos profissionais já formados é comum ao longo da graduação. Para dividir um pouco da sua experiência, o jornalista Jorge Talmon foi à UFRN e compartilhou histórias interessantes que viveu.


   Ele é natural de Pernambuco e está feliz com o seu atual trabalho como repórter da InterTV Cabugi, aqui em Natal. No entanto, Talmon nos contou que nem sempre esteve satisfeito assim. Desde o seu primeiro emprego - na Folha de Pernambuco - até onde está agora, o jornalista confessou que já passou por experiências que nem sempre deram certo. Na área do jornal impresso, por exemplo, ele não se encontrou, mas enfatizou a importância de qualquer tipo de aprendizado para o crescimento pessoal.
   Além disso, ele já trabalhou na Globo Nordeste, em Recife; em uma filial em Caruaru; em uma emissora no Rio de Janeiro  e também experimentou se envolver com assessoria de imprensa. Contudo, foi entre câmeras e microfones que Talmon se encontrou.
   “É como andar em uma montanha russa”, ele respondeu ao ser indagado sobre como é entrar ao vivo na TV. “Porém, se você andar de montanha russa todos os dias, o seu organismo se acostuma com aquela sensação, e aí você vai se aprimorando cada vez mais”, acrescentou.
   Foi impossível não rir ao ouvir sua história sobre o dia em que desmaiou ao vivo. Ele não se alimentou pela manhã e foi trabalhar. De repente, no meio de uma entrevista, Jorge percebeu que estava passando mal e entregou o microfone a outra pessoa, desmaiando segundos depois. “Ninguém notou que eu desmaiei, pois apenas o entrevistado estava sendo enquadrado naquele momento”, ele disse. E, depois disso tudo, ele se recuperou e ainda passou a palavra para o apresentador.
   Ao final, a dica que o jornalista deixou para nós, focas, foi não deixar que o estágio atrapalhe os estudos. Para ele, é importante tentar conciliar ambas as tarefas e, principalmente, aprender a escolher as prioridades para que tudo dê certo. A Jorge, desejamos boa sorte e agradecemos a conversa tão produtiva e divertida. Afinal, é legal saber que toda raposa já teve seus dias de foca. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Já conferiu?

   O que é bom vale relembrar, por isso estamos postando de novo o primeiro vídeo do VIDA DE FOCA. E se você ainda não viu, essa é a hora de conferir!
Como mostrar a rotina e o trabalho de um jornalista? A partir dessa questão, criamos  a coluna VIDA DE FOCA, cujo objetivo é acompanhar a vida correria de um profissional e mostrar para vocês como realmente funciona.
   E para a estréia, fomos junto com Pedro Vale, repórter de impresso, para o Hospital Deuclécio Marques, onde ele faria uma matéria sobre a situação da saúde na região metropolitana de Natal. 
   Confira o vídeo e depois veja a entrevista que fizemos com ele sobre a reportagem.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

#citação

"Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho"


(Boris Casoy)










Esta foi a frase dita pelo jornalista Boris Casoy e que vazou, por falha técnica, em rede nacional durante o Jornal da Band. Ele se referia a uma mensagem de dois garis desejando feliz ano novo, que foi veiculada durante a exibição do telejornal em 2009. Esse mês, o apresentador foi condenado a pagar R$21 mil para o trabalhador Francisco Gabriel de Lima, um dos garis. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Muito além do legado

   Além da construção do Arena das Dunas, a prefeitura natalense prometeu a realização de obras de mobilidade urbana nas avenidas Mário Negócio e Capitão Mor-Golveia, as quais desafogariam o trânsito e melhorariam o acesso ao estádio da copa. No entanto, para que o alargamento das avenidas seja feito, diversas pessoas devem perder suas casas e seus comércios.
   São, em maioria, idosos, que vivem na área ha muito tempo. Eles viram seus imóveis sendo medidos e receberam propostas irrisórias de indenização. Casas que, ao valor do mercado, custam R$60 mil, foram avaliadas por 30 a 40 mil reais pela prefeitura. E existem casos piores.
   Dessa forma, os moradores e comerciantes prejudicados se reuniram e criaram a Associação Potiguar dos Moradores Atingidos pelas Obras da Copa (APAC), com objetivo de lutar pelos seus direitos perante a lei e conseguir a atenção da mídia.
   As alunas de comunicação social da UFRN, Sylara Silvério, Huldiana Paiva e Larissa Moura, produziram um curta-documentário sobre a situação dessas pessoas. A ideia surgiu a partir de um trabalho para a matéria Linguagem Jornalistica para Rádio, e o vídeo conseguiu grande proporção nas redes sociais.


  Ontem (25) a APAC se reuniu na Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nas Rocas, para realizar a oficina de comunicação e memória. Os moradores passaram a manhã do domingo discutindo e relembrando os acontecimentos desde a visitas dos agentes públicos aos imóveis. As principais informações foram anotadas e coladas em uma linha do tempo. CONFIRA AS FOTOS NA NOSSA PÁGINA DO FACEBOOK.
   Sylara Silvério, Huldyana Paiva e o professor Ruy Rocha, estavam presentes na reunião para gravarem as discussões e os depoimentos dos moradores. O material audiovisual servirá para o comitê e para um segundo curta-documentário produzido por eles. E o BLOG FALA FOCA estava lá para acompanhar as gravações.

Sylara acompanhou toda a discussão com a câmera na mão
Os moradores gravaram depoimentos de um minuto, contando suas histórias
Além do material publicitário para a Associação, eles começaram a produzir um segundo curta-documentário

 

sábado, 24 de novembro de 2012

#vestibular

    Amanhã começa o vestibular da UFRN. Dentre os 25617 concorrentes, 401 estudantes estão disputando 40 vagas para jornalismo. O BLOG FALA FOCA deseja boa prova para as futuras focas.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

#FOTO DA SEMANA

Clique não, me dê um pão!




Por Natália Noronha


Acho que essa foto estampou quase todas as campanhas de combate à fome que eu já vi. Também deve ter passeado por entre as páginas de quase todas as minhas apostilas de Geografia do Ensino Fundamental. E vou arriscar dizendo que, realmente, a fotografia se fez a expressão maior da fome na África. Perdão: Kevin Carter a fez.
O fotógrafo de origem sul-africana viajou ao Sudão para testemunhar o que [mais um]a guerra civil tinha deixado (sim, mais uma, porque o país vive em guerra há décadas). Kevin e mais alguns amigos fotógrafos, que formavam o Bang Bang Club, aprontaram seus equipamentos e foram à procura dos melhores cliques para montar uma foto-reportagem. Em uma de suas buscas, Carter se deparou com o que seria o alto (e o baixo) de sua carreira.
Era uma criancinha. Arrastava-se ao chão, parecia agonizar. Sua aparência esquelética era tão gritante quanto sua fome. Logo atrás, um abutre particularmente feio e com cara de vou-te-comer-já-já assistia discreto à criança se arrastar. E, assistindo ao abutre assistir, estava Kevin. Observou uns vários minutos para ver se a ave abria as asas (quem sabe a foto ficaria mais chocante?). Desistiu. Fotografou e foi-se.
A foto ganhou destaque na edição de março de 1993 do The New York Times e foi a responsável pela ascensão de Carter como fotógrafo. Em 1994, Kevin ganhou o Prêmio Pulitzer de Fotografia.

 (Pra você ter uma noção do quanto a foto foi prestigiada, o Pulitzer é a maior premiação do ramo, uma espécie de Oscar da Fotografia. Né coisa fraca não.)

Mas a história não foi tão florida assim, cheia de altos, prêmios, confetes e “vivas!”. A foto foi também o grande baixo de Kevin. Assim como você deve ter se perguntado quando conheceu a história do registro, muitos também se perguntaram por que Kevin Carter não ajudou o garoto.  Por que, sei lá, ele não largou a câmera e o levou a um abrigo? Por que ele se preocupou mais em localizar o melhor ângulo do que em salvar a criança? Kevin foi deveras criticado quanto à sua atitude. Criticado o bastante, talvez, para que meses após ter sido premiado ele se suicidasse. Em junho de 1994, o fotógrafo morreu. Levou seu carro a um local propositalmente escolhido e deixou que uma mangueira levasse monóxido de carbono do escapamento ao interior do veículo.
Tanto quanto sobre sua postura, Kevin também foi perguntado sobre o destino da criança. É de se imaginar o que aconteceu minutos depois do clique. Baseando-se pela aparência do garotinho e pelo olhar vou-te-comer-já-já do abutre, dá pra arriscar que o fim foi de morte para a criança. Mas não, ela não morreu. Sobreviveu à ave e à fome e ainda viveu alguns anos. Segundo seus pais, Kong Nyong morreu há 5 anos, vencido por uma alta febre. Olha aí o pai do menino:
"Abutre comeu coisa nenhuma, rapá!"

Olhe bem, eu não sei o que o fotógrafo realmente sentiu após fazer o clique. Ninguém sabe. Mas todas as fontes que consultei para estudar o caso afirmaram que Kevin ficou depressivo, arrependido, perdido. Imagino... Deve ter se sentido tão vazio quanto a barriga da criancinha. O arrependimento de não ter sido a salvação da criança aliado a seus outros problemas (diz-se que ele tinha problemas com a família e que era depressivo) foram os motivos prováveis de sua queda.
Robert Capa, fotógrafo húngaro e testemunha de muitas guerras, é dono da seguinte frase: Se sua foto não está boa o suficiente, você não está perto o suficiente”. Ele não estava se referindo, acredito, à distância física apenas. Mas sim ao quão estreita pode ser a relação entre o fotógrafo e o caso. Kevin se envolveu tanto com a criancinha, tanto com o abutre, tanto com a criancinha e o abutre que sua foto ganhou prestígio, aplausos e “vivas!”.
Ok, foi um belo de um clique, meu senhor. A foto foi boa, Robert Capa. Mas me responda: esse envolvimento todo e muito é necessário? É conveniente? Tenho de me vestir de profissional apenas, só porque estou sendo pago pra fazer o que sei fazer? Até onde posso ir, enquanto fotógrafo ou fotojornalista? Até quantos minutos posso esperar o abutre abrir as asas? Sexta, no Globo Repórter.

Um longa sobre a carreira dos quatro fotógrafos do Bang Bang Club e sua ida ao Sudão foi lançado em 2010. O filme tem o mesmo nome do grupo e é uma adaptação do livro autobiográfico The Bang-Bang Club: Snapshots from a Hidden War. Olha aí o trailer.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

4 coisas para morrer juntinho

  Daqui a 30 dias o mundo irá se acabar, talvez uma explosão nuclear ou um meteoro. Ninguém sabe. Mas, como nos resta um mês de vida, o BLOG FALA FOCA já foi pensando nessa data especial. Então, criamos uma pequena lista das coisas que você, foca ou jornalista experiente, deve agarrar e morrer juntinho (Que romântico), confira:

Imagem meramente ilustrativa kkkk

1. Fonte legal:  Aquela fonte que, além de simpática, te ajuda na matéria e disponibiliza dados preciosos sem nem você pedir. Quando encontrar, agarra e não solte mais!
Jornalista quando encontra uma fonte legal

2. Matéria de capa: Chama mãe, pai, tia, papagaio, cachorro e a vizinha chata. SUA MATÉRIA SAIU NA CAPA DO JORNAL!! Sim, seu avô já está providenciando o enquadramento dela e o espaço na parede. Agarra e passa o fim do mundo feliz.
"OMG! A capa é minha!"

3. Jabar: Quem liga para ética jornalística com o mundo prestes a explodir? Chute o pau da barraca e aceite aquele presentinho legal. Dinheiro, comida, viagem, sabonete liquido... cavalo dado não se olha os dentes!
Eles chutaram o pau da barraca. E você?
4. Aumento: Você está acostumado a viver com uma merreca, nada mais justo do que receber um aumento. Não importa se o mundo vai acabar, compra aquela geleia de framboesa francesa que você sempre quis comer e nunca teve dinheiro para isso. Seja rico pelo menos uma vez na sua vida!!
Quem quer aumento?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Relato de foca

Por Matheus Soares
A cara da recepcionista enquanto eu falava no telefone
    "Bom dia. Meu nome é Matheus Soares, sou repórter do jornal livre, e estou fazendo uma reportagem sobre livros. Posso falar com algum representante da livraria?", era a décima quinta vez que eu repassa o que ia falar. O texto estava na ponta da língua, mas o número da livraria jazia no celular, esperando eu apertar o botão verde. Mas eu não tinha coragem de apertar.
    Nunca gostei de falar pelo telefone, sempre fui monossilábico e dizia apenas o necessário. "Alô. Tudo bem. Não, você ligou para a pessoa errada. Tchau". E agora eu tenho que telefonar para marcar minha primeira entrevista, ainda no primeiro semestre do curso de jornalismo. Mais nervoso impossível.
 Mas eu não podia treinar pela décima sexta vez, eu tinha que ligar. E liguei. "BomdiaMeunomeéMatheusSoaressoureporterdojornalivreeestoufazendoumareportagemsobrelivrospossofalarcomalgumrepresentantedalivraria?". A recepcionista, do outro lado da linha, precisou de alguns segundos para decifrar o que eu tinha acabado de falar. "Você é de um jornal e quer falar com o representante da livraria?", ela perguntou. Afirmei e a simpática recepcionista me repassou para o diretor de marketing da empresa. 
    Enquanto a musiquinha polifônica tocava, tive tempo de respirar e me acalmar. Falei com responsável e marquei uma entrevista para algumas horas depois. Desliguei o telefone, ainda tremendo e com o coração acelerado. Consegui marcar minha primeira entrevista.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

#Citação

Essa semana o meu computador quebrou, foi-se com ele os editores de fotos e os infográficos para o blog. E, como é impossível mexer no Paint (sim, eu tentei!), o jeito é voltar para o manual e produzir tudo de forma simples.
 Em seu livro "A arte de fazer um jornal diário", o jornalista Ricardo Noblat comentou as diferenças entre o jornal impresso e a televisão. Tratando a TV como um meio de audiência e de beleza plástica, ele acredita que os periódicos são capazes de aprofundar socialmente os assuntos, algo que a televisão não se importa em fazer. 


"A maioria dos telejornais dedica tanto espaço as notícias sem muita importância, mas que plasticamente são belas" (Pag. 25)

Ricardo Noblat

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

#FOTO DA SEMANA

Os olhos verdes mais (des)conhecidos do mundo

A foto foi capa da edição de 1985 da revista National Geographic


Por Natália Noronha


Você com certeza já viu esse rostinho, sim? “A menina afegã”, foto capturada por Steve McCurry, fotógrafo americano, também trouxe uma temática interessante. A invasão soviética no território afegão casou mortes e tragédias e com isso deixou milhares de órfãos, que foram direcionados a campos de abrigo. Sharbat Gula, a menina dos olhos verdes marcantes, foi um deles. Steve McCurry, com o registro da menina afegã, conseguiu materializar o horror da guerra e a perda dos pais que Sharbat e outros garotos tiveram de enfrentar.
Mas o que ganhou mais repercussão em toda a história foi a identidade desconhecida da menina. Ninguém sabia seu nome nem sua idade. Depois de quase duas décadas, apenas, Steve encontrou a garota, então mulher e mãe de dois filhos, e matou o mistério da órfã desconhecida. McCurry passou 17 anos numa busca por Sharbat, sendo várias vezes questionado da identidade, da história e da vida da menina.
No primeiro fato que conhecemos, percebemos que entre a garotinha Omayra e o fotógrafo Frank Fournier se traçou uma pequena história e uma relação. Não foi diferente no caso da menina afegã. Steve se propôs a ir em busca da garota, porque, acredito eu, a foto não foi apenas a documentação de um momento, mas um registro material de uma história que se criou tanto entre o profissional e Sharbat, quanto entre os dois e a sociedade.
Foi o documentário “Search for the afghan girl”, produzido pela National Geographic, em 2003, que permitiu a busca pela garota e o fim do mistério de sua identidade. Quer saber como foi? Assiste aí!


(Há uma 4ª parte do documentário, mas não está disponível)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Deselegância em forma de presente

   O natal está chegando, é época de enfeitar a casa com guirlandas, jantar com a família e trocar presentes! A galera da redação ou os amigos da universidade podem fazer um "amigo da onça" e você precisa dar o presente mais inconveniente de todos. Então o BLOG FALA FOCA preparou uma lista de indicações dos presentes que um jornalista adoraria (ou não) ganhar no Natal.


1. Pauta chata: Todos sabem que uma pauta chata pode se tornar maravilhosa. Mas essa não. O assunto é chato e não rende nada! Nem os próprios entrevistados querem fazer, muito menos você.

2. Entrevistado prolixo: Ele fala, fala, fala e não diz nada. Começa com um assunto e acaba em outro totalmente diferente, e você todo enrolado para organizar as ideias. "Esse buraco está aqui desde o natal passando. Falando em natal, fui pro interior visitar a família. Faz muito calor lá, já que eu sou de libra, né".


3. Gravador quebrado: O terror de uma entrevista, o boneco chuck do jornalismo. Você começa a conversa tranquilo, anota pouca coisa e no final percebe que o gravador não está gravando. Vá pro natal, coma muito e depois se mate.
Foca se desespera quando percebe que o gravador não está  funcionando

4. Caneta falhando: Esse presente de grego vai para os que adoram anotar nos bloquinhos. Rabiscando a fala mais importantes da fonte, a caneta irá falhar e deixar o jovem jornalista no desespero. Vale escrever com força para tentar marcar as palavras na página.
Olhe esta belezura, ela falhará no momento mais importante da entrevista

5. Plantão: "Então é Natal, e o que você fez?". "Matéria". Prepara o frango da padaria, a farofa pronta e a uva-passa enlatada, porque você vai passar o natal de plantão na redação! Boa sorte...
Que natal feliz!!

6. Editor tesoura: Corta, corta, corta! Esse é o lema do editor tesoura, o mesmo que vai cortar toda sua matéria para caber uma publicidade do anunciante principal.
Só mais um pouquinho...

7. Tp falhando: ih, vai ter que apresentar o jornal todo sem o texto. Cuidado para não se enrolar, falar palavra errada e ser um desastre... sempre pensando positivamente, ein.
E aí, Fátima. Gostou dos nossos presentes? er... não?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Repórter cética

    E aquela história de que jornalista precisa duvidar de tudo? "As olívias na tv", programa de humor do canal pago Multishow, levaram isso ao pé da letra e criaram a repórter cética:


Vi no Jornalismo da Depressão

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

FOTO DA SEMANA

         A cada semana faremos uma seleção das fotos mais prestigiadas do fotojornalismo. O objetivo da coluna é trazer o contexto e a história em que o registro foi inserido. A escolhida dessa semana foi "A agonia de Omayra", uma das capturas mais famosas do mundo, registrada por Frank Fournier, fotógrafo francês. A foto retratou o sofrimento de uma menina de 13 anos vítima da erupção de um vulcão há anos adormecido, na Colômbia, em 1985. Saiba um pouco mais da história do registro e o que ele representou para a sociedade e para o fotojornalismo.

Um vilarejo, a menina e o fotógrafo




Por Natália Noronha

O vilarejo de Armero estava sob entulhos, água e restos de casas. O vulcão Nevado del Ruiz explodiu e arrasou um povoado inteiro, deixando o local em total desordem e a população em choque e desespero. Entre as vítimas, estava Omayra Sanchez, garotinha falante e simpática que havia sido presa por concreto, restos de casas e partes dos corpos de seus próprios familiares. Omayra, os muitos outros moradores presos e as casas ao chão construíram um cenário sombrio e assustador. O vilarejo era caos, gritos por ajuda e muita bagunça.
Diante de tanto tumulto, entretanto, a garotinha presa aos entulhos não se calou. Conversava com os socorristas, jornalistas e fotógrafos ao seu redor. Dentre as amizades que fez sob a água gelada, estava o francês Frank Fournier. Segundo um relato do fotógrafo, ao se aproximar da garota para tirar algumas fotos, uma onda de impotência o consumiu inteiro: ele não podia fazer nada. Pensou que a única coisa a se fazer era descrever numa imagem a dignidade e a coragem com que Omayra enfrentou seus últimos minutos de vida.
As autoridades trataram o caso com enorme descaso e irresponsabilidade; não atenderam aos pedidos de uma bomba que sugasse a água para retirar a menina Omayra do lamaçal. Frustrados com a falta de providência por parte do governo, os socorristas desistiram de fazer apelos e passaram o restante do tempo à disposição da garota, confortando-a e rezando com ela. Após 60 horas presa, a menina Omayra morreu.
 A foto foi um registro que levantou algumas questões importantes e promoveu uma reflexão sobre as utilidades sociais e políticas que o fotojornalismo compreende. Fournier, através da captura, conseguiu chamar a atenção da sociedade para o caso, levantando ajudas financeiras para os refugiados e fazendo com que a população questionasse a postura do governo diante da situação. Outro ponto importante foi o papel de Frank enquanto ponte intermediadora entre Omayra e a sociedade. O retrato da coragem com que a menina enfrentou o lodo gelado comoveu as pessoas e promoveu reflexões. No mesmo ano da tragédia, o registro ganhou o prêmio de foto do ano pelo World Press Photo.
Após estudar todo o contexto e história da foto, fiquei certa de que o fotojornalista não faz apenas capturas de imagens. Com uma foto apenas, ele é capaz de levantar questões, fazer ligações entre pessoas e proporcionar reflexões.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dica de foca


Por Matheus Soares
    A maior angústia de um foca é produzir um texto bem feito, sem nenhum erro de português. Alguns já nasceram com o dom da escrita, escrevendo um belíssimo texto sem nenhuma dificuldade, já outros precisam estudar e exercitar muito.
   Para nos ajudar, as jornalistas Dad Squarisi e Arlete Salvador desenvolveram "A arte de escrever bem", manual da escrita para jornalistas iniciantes. Com dicas valiosíssimas, as autoras afirmam que o texto começa com o raciocínio, a partir de um roteiro claro traçado no pensamento.
"A habilidade de escrever é resultado da habilidade de pensar" (pág. 13)
   Com o texto idealizado, é hora de por as ideias no papel. No entanto, isso não pode ser feito de qualquer maneira, deve-se seguir dicas para tornar as palavras mais claras. Escrever frases curtas e simples, por exemplo, melhoram o entendimento do leitor e diminui a possibilidade de erro gramatical.
   Também é preciso optar por textos mais enxutos. O uso de artigos indefinidos, como "um" e "uma", não colabora para uma ideia concreta e só faz ocupar espaço. Adjetivos generalizados não agregam nenhum sentido construtivo a sentença. É o caso de "maravilhoso", "bonito" e "fantástico", chamado no livro de "adjetivos-ônibus", pois trazem com eles diversas interpretações, além de expressarem opinião.
    No final do livro, as autoras discutem a escolha das palavras. É preciso ter cuidado com o politicamente correto, usando termos que não tragam ambiguidade e que não ferem a ética social. Ainda nas últimas páginas, elas atentam pela falta de tempo que o jornalista sofre, prejudicando, assim, o texto.
"Não há tempo para revisões cuidadosas nem para reescrever o texto. A margem de risco para ocorrência de erros aumenta à medida que o prazo final se aproxima" (pág. 104)
   O livro consegue trazer o conteúdo de forma leve e com pitadas de humor, auxiliando o jornalista na criação de textos mais objetivos e concisos. Pois um profissional de comunicação, seja de impresso, seja de outras mídias, deve dominar sua ferramenta de trabalho.

Livro: A arte de escrever bem
Autoras: Dad Squarisi e Arlete Salvador
Editora: Contexto
N° de pág: 105

#citação

   José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, em seu "O livro do Boni", comenta sobre o papel que os canais de rádio e televisão têm em relação à sociedade. A frase, presente na página 40 da obra, mostra que os detentores da mídia brasileira enxergam os telespectadores apenas como consumidores de publicidade.

#telalivre

   O quarto e último programa do TELA LIVRE é o Tela Esportiva. Apresentado por Henrique Rego, o Tela esportiva traz matérias sobre esportes paralímpicos e corridas de rua.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Vida de Foca

   Falamos de jornalismo. E como mostrar a rotina e o trabalho de um jornalista? A partir dessa questão, criamos  a coluna VIDA DE FOCA, cujo objetivo é acompanhar a vida correria de um profissional e mostrar para vocês como realmente funciona.
   E para a estréia, fomos junto com Pedro Vale, repórter de impresso, para o Hospital Deuclécio Marques, onde ele faria uma matéria sobre a situação da saúde na região metropolitana de Natal.
   Confira o vídeo e depois veja a entrevista que fizemos com ele sobre a reportagem.



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

#Tela Livre

   O terceiro programa do projeto TELA LIVRE é o Jornal F5. Trazendo Matheus Soares e Amanda Lima como âncoras, o telejornal traz voz ao jovem a partir de reportagens sobre o intercâmbio, ativismo e vestibular.


Ficha técnica JORNAL F5
Direção: Luzia da Silva Cavalcanti

Produção de matéria: Marcos Paulo Gomes Barbosa
Apresentação: Amanda de Lima Souza
Apresentação: Matheus Soares Macêdo Cruz
Reportagem: Rufran Gurgel Araujo Costa
Reportagem: Rafael Rodolfo de Lima

Edição: Sueny Karla Costa de Moura
Edição: José Antonio de Freitas Segundo
Edição: Helliny Cinthia França de Oliveira

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Relato de foca

Amanda Lima entrevistou João Augusto Limeira, que trabalha com publicidade em mídias digitais e cursa jornalismo na UFRN. João Augusto ministrou a oficina de Social Mídia na Semana de Comunicação (SECOM). Na entrevista, ele comenta como chegou à área de comunicação e como está relacionando seu trabalho com os aprendizados de jornalismo.

140 anos de notícia

   Nessas últimas semanas, deixamos passar uma data muito especial para o jornalismo do Rio Grande do Norte: os 140 anos do jornal O Mossoroense. Inaugurado no dia 17 de Outubro de 1872 na cidade de Mossoró, pelo advogado Jeremias da Rocha, o periódico é um dos quatro jornais mais antigos do país em circulação.
Jornal O Mossoroense de 1903
   Só para se ter uma ideia, ele foi criado no segundo império, Machado de Assis ainda era vivo e a Inglaterra era a maior potência econômica e militar do mundo! O Mossoroense noticiou fatos históricos durante esses anos de circulação, como o conflito entre Brasil e Bolívia na disputa pelo Acre em 1903, a passagem do cometa Halley em 1908, e cobriu a invasão de lampião à cidade na década de 20. 
   No entanto, o jornal deixou de circular diversas vezes. Em 1876 suas rotatórias pararam, voltando em 1902. O mesmo ocorreu em 32, com a volta do jornal um ano depois. Além de sofrer as ações de censura pelo governo de Getúlio Vargas e pela Ditadura militar.
    Por ter vivenciado todos esses anos, O Mossoroense é uma dádiva do estado e do país. Um exemplo da evolução do jornalismo. No início, suas páginas eram marcadas por linguagem pomposa e literária, também detinha uma diagramação poluída (característica dos jornais antigos) e usava a tipografia para compor as páginas. Com o passar do tempo, o jornal sofreu mudanças estruturais e seguiu tendencias jornalística, desenvolvendo uma linguagem mais objetiva e adquirindo novas tecnologias.
   Hoje, tem forte atuação no meio digital. Sua página na internet disponibiliza as notícias do dia, porém, o jornal impresso não deixou de circular. 

Em comemoração ao 140° aniversário, está disponibilizado na internet a edição especial do jornal.
Clique na imagem para ler o especial