quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Aliados digitais

Alice Andrade
   A cena era rotineira: início da manhã, diariamente, o jornal era recolhido e lido pela maioria das pessoas. Em casa, no trabalho ou nos mais variados ambientes de convívio social, a leitura dos jornais impressos era um hábito cultivado por muita gente para se obter informações. Apesar de não ter tido, aqui no Brasil, tanta abrangência como em outros países (Inglaterra, Japão e Estados Unidos, por exemplo), os periódicos sempre foram importantes veículos de notícias e uma das melhores maneiras de se informar.
   No entanto, os tempos mudaram. Vivemos em um período de crescente desenvolvimento tecnológico e somos rodeados pelas várias ferramentas de convívio virtual. Outrora o público apenas lia, hoje troca informações. As redes sociais – como Twitter, Facebook, LinkedIn e MySpace – permitem que os usuários interajam entre si e também com os veículos de mídia, tirando os consumidores de informação do papel inercial de apenas absorver conteúdos e tornando-os também produtores de comunicação. Com isso, observa-se que a leitura dos impressos diminuiu bastante, especialmente entre os jovens.
   Para confirmar tal fato, o Fala,Foca! consultou 121 pessoas pelo Facebook nos dias 05 e 06 de setembro deste ano. A pergunta central era: “Você costuma ler jornais impressos?” e o resultado foi impressionante: 94,2% das pessoas questionadas deram uma resposta negativa. Vale salientar que, entre os entrevistados, havia vários estudantes de comunicação, inclusive com habilitação em Jornalismo. Além disso, muitos afirmaram que a internet é a principal maneira com a qual se mantêm informados devido a sua praticidade.
   Nesse contexto, o que se percebe é que parar no tempo foi uma opção descartada pela maioria dos jornais. É totalmente comum encontrar versões online dos impressos e também conteúdos adicionais nos sites, os quais não são vistos nos jornais de papel. Uma fanpage no Facebook ou uma conta no Twitter, por exemplo, foram formas encontradas pelas empresas jornalísticas de utilizarem as redes sociais como aliadas na produção dos conteúdos.
   Dar aos usuários das redes sociais e até mesmo da internet, de uma forma geral, a oportunidade de interação dentro do contexto da produção do jornalismo é um diferencial enorme em relação à folha impressa. É preciso, entretanto, que haja cautela por parte dos veículos de comunicação na hora de analisar a abordagem utilizada em cada espaço, pois as redes sociais são diferentes. Elas assumem características distintas dentro de um espaço diferenciado, cujo público de acesso maior também apresenta um perfil bastante peculiar.
   A idéia é perceber as redes sociais como aliadas do processo de criação do jornal impresso, interação e disseminação da comunicação como um todo, cuja velocidade de propagação dos conteúdos é bem maior e com um alcance relevantemente mais elevado. Seria uma ferramenta de auxílio, não uma substituição, visto que a internet e a mídia impressa são espaços totalmente distintos e podem coexistir. Em síntese, pode ser o avanço da possibilidade de feedback, o que contribui, mesmo que ainda nos primeiros passos, para uma comunicação mais democrática.

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