sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Clica, foca!


Hoje a gente dá tchauzinho pra nossa micro-série-sem-nome que começamos há três semanas. Passeamos por três porções do fotojornalismo (que você pode conferir aqui, aqui e aqui) e hoje desembarcamos em nosso último destino: o esporte.


Parte III - Esporte

 Por Natália Noronha

Há os que não gostam de praticar atividades físicas, há os que não estão nem aí para quem ganhou o campeonato brasileiro de futebol, mas admita comigo: quem não curte assistir às Olimpíadas? Há uma satisfação divertida em ver atletas defendendo suas pátrias. Mesmo que você seja daqueles que odiavam fazer educação física na escola, vibra e se empolga, porque todo aquele movimento de pessoas buscando a mesma coisa desperta na gente todas aquelas noções de garra, força, esperança, mesmo que a gente não perceba. (Eu sei, você não me engana; sua mente faz torcida, grita “vai!” - é abafada pelo corpo estático mas descoberta pelos olhos atentos à tevê).

E dentro do esporte não faltam momentos dignos de fotografia. Embora cronometrado e sistematizado em regras, tudo é muito espontâneo: o choro da vitória, a dor de uma contusão, a frustração de uma perda, que podem ser muito bem traduzidos, dependendo do fotógrafo, momento, luz, distância ou ângulo. Ângulo. Bom ângulo. Foi o que definiu a foto de hoje.



    Foto em 13 de setembro de 2012. Dados da câmera: Canon EOS-1D X, lentes 400mm, f2.8, 1/1600, ISO 2000

Andrew Winning, fotógrafo britânico, fazia cliques das competições de atletismo das Paralimpíadas de Londres, num local preparado exclusivamente para que os fotógrafos obtivessem o melhor ângulo para suas imagens. Ficava bem na “boca” da pista de corrida.

“Durante uma pausa nas competições, eu percebi que tinha uma boa visão dos atletas do salto em distância, na parte de dentro da pista.”
Winning à Reuters, agência britânica de notícias

Devido às diferenças físicas dos corredores, cada um tinha suas próprias técnicas de salto. E Lukasz Mamczarz, atleta polonês, foi o exemplo mais impressionante para Andrew. Ele tinha uma perna amputada, e mesmo apoiado na perna direita apenas, conseguia grandes saltos. Corria com as duas, mas abandonava a esquerda para saltar apoiando-se na direta. Após finalizar o salto, voltava para recolher a prótese.

“Eu adorei a maneira com que esse simples gesto resumia toda a capacidade de Lukasz de passar pelas dificuldades e fazer algo notável. Também adorei como superava os preconceitos das pessoas sobre o que ele poderia fazer com apenas uma perna boa.”

No final do depoimento à Reuters, Andrew considerou esta uma das melhores imagens das Paralimpíadas e ficou grato por tê-la fotografado.

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