Por Matheus Soares
Na madrugada do dia 17 de junho de 1972, cinco homens
invadiram o sexto andar do complexo Watergate, em Washington, para instalar
escutas ilegais no Sede do Comitê Democrata.
Fora descoberto, depois, que um dos meliantes fazia parte do
grupo do presidente republicano Richard Nixon, e que, em pleno período de
campanha eleitoral, as escutas serviriam para espionar os planos do partido adversário.
Enquanto Nixon seguia em seu segundo mandato, as
investigações do caso apontavam uma ação do governo dele para abafar o ocorrido. O Congresso americano, afinal,
entra com uma ação de Impeachment e consegue as escutas do governante sobre o
caso. Dessa forma, é comprovada a atuação de Richard Nixon no escândalo
Watergate.
Após dois anos, um mês e vinte e dois dias da primeira
manchete do crime, um presidente renunciou seu cargo pela primeira vez na
história dos Estados Unidos. Nixon sai do seu posto acusado de tentar obstruir
a Justiça e abusar do seu poder.
Na manhã seguinte ao crime, 18 de junho, o Washington Post
anuncia em sua primeira capa: “Cinco homens são presos tentando colocar
microfones na Sede do Comitê Democrata Nacional”. Nenhuma suspeita era
levantada sobre o caso.
Porém, dois repórteres do jornal, que estavam
encarregados de cobrir o ocorrido, perceberam um furo jornalístico em potencial e foram além.
Bob Woodward e Carl Bernstein trabalharam juntos para investigar o episódio
Watergate e conseguiram, com exclusividade, provas importantes contra o
presidente americano.
No dia 19, por exemplo, soube-se que um dos presos era do
comitê de Nixon. Tempo depois Bernstein descobriu um cheque de 25 mil dólares,
que fora depositado na conta de um dos investigados. Além dos trabalhos investigativos, os dois
jornalistas tinham uma fonte secreta, pela qual conseguiam informações
importantes. O Garganta Profunda.
Enquanto isso, os outros jornais esqueciam a história, e
Nixon conseguiu se reeleger em 1973. Frente às ameaças e denúncias do
Washington Post, a Casa Branca defendia-se considerando tendenciosa a cobertura
do jornal.
Ainda no ano de 73, os dois jornalistas ganharam o prêmio
Pulitzer, maior premiação do jornalismo americano. Após o escândalo do
Watergate, escreveram juntos dois livros sobre o caso: “Todos os homens do
presidente” e “Os dias finais”.
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