segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Especial Watergate: parte 1



Por Matheus Soares
   Na madrugada do dia 17 de junho de 1972, cinco homens invadiram o sexto andar do complexo Watergate, em Washington, para instalar escutas ilegais no Sede do Comitê Democrata.
   Fora descoberto, depois, que um dos meliantes fazia parte do grupo do presidente republicano Richard Nixon, e que, em pleno período de campanha eleitoral, as escutas serviriam para espionar os planos do partido adversário.
   Enquanto Nixon seguia em seu segundo mandato, as investigações do caso apontavam uma ação do governo dele para abafar o ocorrido.  O Congresso americano, afinal, entra com uma ação de Impeachment e consegue as escutas do governante sobre o caso. Dessa forma, é comprovada a atuação de Richard Nixon no escândalo Watergate.
   Após dois anos, um mês e vinte e dois dias da primeira manchete do crime, um presidente renunciou seu cargo pela primeira vez na história dos Estados Unidos. Nixon sai do seu posto acusado de tentar obstruir a Justiça e abusar do seu poder. 


   Na manhã seguinte ao crime, 18 de junho, o Washington Post anuncia em sua primeira capa: “Cinco homens são presos tentando colocar microfones na Sede do Comitê Democrata Nacional”. Nenhuma suspeita era levantada sobre o caso.
   Porém, dois repórteres do jornal, que estavam encarregados de cobrir o ocorrido, perceberam um furo jornalístico em potencial e foram além. Bob Woodward e Carl Bernstein trabalharam juntos para investigar o episódio Watergate e conseguiram, com exclusividade, provas importantes contra o presidente americano.
   No dia 19, por exemplo, soube-se que um dos presos era do comitê de Nixon. Tempo depois Bernstein descobriu um cheque de 25 mil dólares, que fora depositado na conta de um dos investigados.  Além dos trabalhos investigativos, os dois jornalistas tinham uma fonte secreta, pela qual conseguiam informações importantes. O Garganta Profunda.
   Enquanto isso, os outros jornais esqueciam a história, e Nixon conseguiu se reeleger em 1973. Frente às ameaças e denúncias do Washington Post, a Casa Branca defendia-se considerando tendenciosa a cobertura do jornal.
   Ainda no ano de 73, os dois jornalistas ganharam o prêmio Pulitzer, maior premiação do jornalismo americano. Após o escândalo do Watergate, escreveram juntos dois livros sobre o caso: “Todos os homens do presidente” e “Os dias finais”.

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