sexta-feira, 1 de março de 2013

AI-5, censura e criatividade


  A ditadura militar assolou o Brasil de 1964 a 78. Mesmo sendo um regime autoritário desde o início, somente em 67 o Ato Institucional número cinco (AI-5) foi posto em prática, concedendo, assim, liberdade de censura ao governo.
   Qualquer notícia que atingisse o modelo político era censurada. A mídia brasileira sofreu nesses anos de opressão. Jornais, revistas, telejornais e até programas de rádio eram vetados pelos militares.
   No entanto, nesse contexto opressor, surge a criatividade dos jornalistas e editores para driblar a censura prévia. No lugar das notícias proibidas, o Estado de SP publicou versos do poema “Os Lusíadas”, do português Luís de Camões, e receitas culinárias, as quais eram carregadas de ironia.

   A Editora Abril também sentiu a força dos militares. A revista Veja, desde setembro de 68 no mercado, foi o periódico que mais sofreu o rigor da censura no cenário midiático. No início, espaços em branco sinalizavam as matérias retiradas. Imagens de diabinhos também eram utilizadas, até que a árvore verde, símbolo da editora, surgiu nas páginas da revista.
   Dessa forma, a imprensa brasileira chamou a atenção tanto da mídia internacional, com matérias veiculadas no The New York Times, quanto da população, que comprava os jornais censurados e tinham conhecimento do que realmente acontecia com os periódicos no país.

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